22 maio 2013

Tapas e beijos

Ao declarar Luis Fabiano como negociável, Juvenal Juvêncio impôs seu estilo "trator" e entregou a cabeça do atacante à torcida após a eliminação vexatória na Libertadores. Foi, entre os titulares, o único citado como descartável.

A afirmação do presidente foi a gota d'água para azedar de vez uma relação que vinha atribulada nos últimos meses. Em matéria no Estado em março, foi relatada uma reunião secreta de emergência entre o atacante e Adalberto Baptista.

Motivo: Luis Fabiano foi informado que os dirigentes o consideravam um dos responsáveis pelos momentos de instabilidade e estavam se cansando de seu descontrole emocional. Cobrou Adalberto e ouviu que ele era imprescindível e tudo não passava de boataria.

Fustigado por Juvenal, chegou à conclusão de que os dirigentes mentiram e não quer ver o presidente pintado de ouro.

O que vinha ruim só piorou e será preciso tempo para que os laços frágeis se consolidem de novo.

A fala do presidente não foi à toa. Juvenal vem há tempos irritado com a fragilidade psicológica de seu atacante e de vê-lo fora de decisões por expulsões tolas. Nesse ponto, vale o destaque, faltou pulso ao presidente de puni-lo na hora certa e encerrar as crises envolvendo o jogador. Basta lembrar que a passagem no Sevilla foi marcada pela tranquilidade.

Do ponto de vista técnico poucos atacantes são tão letais quanto o 9 são-paulino e são pouquíssimas (e muito caras) as opções para substituí-lo. Se tiver a cabeça no lugar, ajuda muito o time, mas nitidamente ele precisa de ajuda.

O que não quer dizer necessariamente passar a mão em sua cabeça, mas sim colocar limites e fazê-lo cumprir.

Reverter o cenário é possível, mas dirigente e jogador precisariam ser mais maduros para aparar as arestas e estabelecer definitivamente uma relação profissional.

É justamente por isso que a permanência parece algo improvável por enquanto.

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